19 abril, 2014

conversas da alma # 11

Ontem percebi que isto de andar sem avental (também conhecido como cozinhar) - do gosto pelos sabores fortes, novos e intensos, do gosto pelas louças tradicionais e clássicas, da vontade de procurar e experimentar receitas novas - ultrapassou todos os limites. Tive um momento, simples de emoção completa, que fez perceber que gosto mais de andar sem avental do que pensava.

Estava à procura da receita de um pudim de laranja que a minha mãe tinha feito há muitos anos. A pequena da casa gosta de pudim por mim e por ela. Procurava a receita no meio de muitas outras de que já nem me lembrava: bolo de chocolate, baba de camelo, gelado de queijo. E nada de pudim. Continuei a vasculhar - teimosia misturada com persistência - e até que encontro isto:



Uma revista de culinária de Outubro de 1989 - o mês em que eu fiz cinco anos. Custou cento e vinte escudos e tem as páginas amarelas como marca dos seus 25 anos. Sobreviveu a uma mudança de casa, acontecimento quase impossível com a minha mãe que, ao contrário de mim, tem aversão a tralha. Agora vou guardá-la como pérola que é, por me ter feito perceber o quanto eu gosto de andar sem avental.

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